Um cenário complexo: operadoras melhoram resultados, hospitais pioram
A nova edição do “Balanço Observatório” da Anahp evidencia uma divisão clara no setor de saúde suplementar: enquanto as operadoras de planos de saúde têm apresentado crescimento nos resultados financeiros, os hospitais enfrentam queda significativa em seus indicadores, com a menor margem EBITDA em quatro anos e aumento nas glosas.
A sétima edição do balanço reforça que, embora as operadoras mantenham desempenho positivo, esses ganhos não estão sendo repassados aos demais elos da cadeia, especialmente aos hospitais. Entre os principais destaques estão a redução da margem EBITDA das instituições associadas à Anahp, o aumento nos percentuais de glosa e o crescimento nas provisões feitas pelas operadoras para despesas futuras.
Esses dados foram debatidos no evento on-line “Anahp Ao Vivo”, que analisou os números divulgados pela ANS e as informações mais recentes do Sistema de Indicadores da Anahp.
Hospitais privados seguem sob pressão
No segmento hospitalar, o Sistema de Indicadores da Anahp mostra que os desafios permanecem. A margem EBITDA caiu de 14% em 2023 para 10,74% em 2025 — o menor índice dos últimos quatro anos.
A glosa inicial aumentou 2 pontos percentuais entre 2024 e 2025, passando de 12,45% para 14,6%. Comparando 2023 com 2025, o crescimento ultrapassa 5 pontos percentuais. Já a glosa final, considerando o segundo trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de anos anteriores, ficou em 1,97%.
O relatório destaca que, mesmo com a melhora no desempenho financeiro das operadoras, os prestadores de serviços de saúde continuam enfrentando alta pressão operacional e financeira, em um contexto de custos crescentes e margens reduzidas.
Provisões técnicas em foco
A ANS também tem chamado atenção para outro ponto relevante: o aumento dos recursos que as operadoras estão reservando para eventos já ocorridos, mas ainda não informados, a chamada PEONA. Esses valores correspondem a procedimentos realizados pelos beneficiários, mas ainda não comunicados às operadoras pelos prestadores.
Nos últimos meses, especialmente no último trimestre, essas provisões apresentaram crescimento incomum. Uma das hipóteses é que o aumento esteja relacionado ao índice de glosas, o que pode representar ganho financeiro para as operadoras, mas também levanta preocupações, pois impacta o fluxo de caixa e a velocidade de pagamento das despesas médicas.
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