Saúde, indústria e agro lideram pedidos de patentes de IA no Brasil

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Um levantamento da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, com base nos registros do INPI entre 2019 e 2024, revela que a saúde é o setor que mais deposita patentes de tecnologias em inteligência artificial no país, representando 25% de todos os pedidos realizados no período. Nenhuma outra área registra participação tão expressiva.

Por que a saúde lidera?

A alta participação está ligada ao avanço rápido das tecnologias aplicadas ao cuidado, diagnóstico e gestão em saúde. Os pedidos de patente mostram um setor em forte expansão, com soluções baseadas em IA que vão desde diagnóstico precoce até suporte à decisão médica.

Entre as inovações mais frequentes estão:

  • Diagnóstico auxiliado por IA, com destaque para sistemas de detecção precoce de câncer.
  • Algoritmos de predição cardíaca, capazes de antecipar riscos e eventos clínicos.
  • Controle inteligente de glicemia, com tecnologias para medição de insulina e monitoramento de pacientes diabéticos.
  • Soluções para telemedicina, incluindo triagem automatizada e atendimento remoto aprimorado.
  • Sistemas de gestão hospitalar, como ferramentas preditivas para filas de espera e distribuição de recursos.
  • Tecnologias para reabilitação motora, usando IA para personalizar planos de exercício e monitorar progressos.

Essas aplicações mostram como o setor busca não apenas inovação tecnológica, mas aumento de eficiência, precisão diagnóstica e ampliação do acesso à saúde.

Cenário geral das patentes

O estudo registra 264 pedidos de patentes de IA no Brasil entre 2019 e 2024.
Mesmo com a liderança absoluta da saúde, outros setores aparecem depois: indústria (14,4%) e agronegócio (8,3%).

Apesar do volume total, apenas 3% dos pedidos foram concedidos até agora. A maioria ainda está em exame, refletindo o tempo elevado de análise no sistema brasileiro.

Protagonismo nacional e internacional

O levantamento mostra que:

  • 59,8% dos pedidos são de brasileiros.
  • A maior parte dos solicitantes é composta por empresas, mas hospitais, universidades e centros de pesquisa também aparecem com frequência na área da saúde.

As universidades — como USP, Unesp, Unicamp e diversas federais — têm papel relevante especialmente na produção de algoritmos e metodologias inovadoras para diagnóstico e assistência.

Um setor que dita tendência

A saúde se destaca não só pelo número de pedidos, mas pela diversidade e profundidade técnica das inovações. As soluções patenteadas indicam uma busca consistente por:

  • automação de processos clínicos,
  • maior precisão diagnóstica,
  • suporte à decisão médica,
  • redução de custos,
  • ampliação do acesso a serviços especializados.

A análise reforça que a IA aplicada à saúde deve continuar sendo um dos campos mais dinâmicos da inovação brasileira — e que a corrida por propriedade intelectual nesse segmento está apenas começando.