Mais hospitais ou mais serviços de saúde?

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É sempre bom dar uma olhada no que está acontecendo fora do Brasil, para antever tendências ou traçar paralelos para o que se deve ou não fazer, investir, replicar em termos de gestão. Lendo sobre o possível reaquecimento do mercado de construção hospitalar nos EUA, me veio em mente que esta também é uma indústria com grande potencial no Brasil, já que o País tem menos leitos de hospitais que o mínimo recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Dos quase 7 mil estabelecimentos hospitalares, 88% possuem menos de 150 leitos. E para agravar a situação, nos últimos quatro anos, 13 mil leitos de terapia intensiva do SUS foram desativados, enquanto estimativas apontam que precisaremos de mais de 13 mil leitos a cada três anos.

Entretanto, olhando o atual cenário, com o avanço do envelhecimento, cabe uma pergunta: construir mais hospitais resolveria a necessidade do mercado ou o caminho seria aumentar investimentos em serviços de saúde com foco em promoção e prevenção?

Um levantamento da publicação Modern Healthcare conta que, depois do mercado norte-americano ter focado intensamente em soluções de TI em Saúde, a indústria de construção demonstra ganhar fôlego novamente. E a maior parte dos investimentos tem sido para serviços ambulatoriais de saúde, ou seja, unidades menos custosas. Além disso, constatou-se que as redes de hospitais estão abrindo serviços de emergências independentes.

E, com relação aos pacientes internados, os hospitais buscam ser mais competitivos nas especialidades que trazem maiores margens.

As características comuns entre os novos projetos são: maiores espaços para atividades de pesquisa, quartos projetados para serem cada vez mais aconchegantes para os pacientes e incorporação de novas tecnologias, como a possibilidade de realizar videoconferências em cada quarto.

Também é cada vez mais comum a construção de unidades integradas, em que o paciente possa realizar suas consultas e procedimentos de diagnósticos em um único local, o que abre também oportunidades para parcerias entre as instituições.

Talvez a pergunta mais hospitais ou mais serviços de saúde, que acabam contemplando os hospitalares, não dá para ser respondida objetivamente. Mas vale a reflexão “para onde vamos” diante do aumento da demanda e das novas construções de saúde que começam a surgir.

Fonte: Saúde Web, 27/07/2015.