5 fatores para inovar em Saúde, segundo os profissionais brasileiros

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Estudo internacional identificou drivers para acelerar inovações em saúde. Profissionais de oito países, inclusive o Brasil, contribuíram.
 
Um estudo internacional intitulado Lições de Oito Países sobre Difusão de Inovação em Saúde foi publicado esta semana pela Health Affairs, jornal especializado em política da saúde dos Estados Unidos. No estudo, os pesquisadores tentaram determinar a influência de fatores culturais, examinando evidências de oito diferentes sistemas de saúde ao redor do mundo, incluindo o Brasil. 
Os pesquisadores avaliaram, entre outros fatores, o rápido crescimento da população, o aumento da expectativa de vida e as futuras pressões que essas mudanças podem gerar sobre a sociedade e seu sistema de saúde. Realizada por uma equipe do World Innovation Summit for Health (WISH), iniciativa global da Fundação Qatar para a educação, ciência e desenvolvimento comunitário, a pesquisa compila exemplos internacionais e busca dar conselhos práticos para ajudar formuladores de políticas e inovar os serviços de saúde.
 
Sete áreas são consideradas fundamentais pelo levantamento para permitir apoiar a mudança e o desenvolvimento:
- Capacitando pacientes;
- Engajamento dos profissionais de saúde;
- Adaptação das inovações no contexto local;
- Identificar e apoiar líderes;
- Promover a aprendizagem e novas formas de trabalho;
- Eliminação das práticas herdadas;
- Promover a futura transformação.
 
A equipe de saúde brasileira entrevistada entende que os mais proeminentes fatores culturais no sentido de incentivar a adoção da inovação foram:
- Identificar e apoiar líderes em organizações de saúde que adotam e promovem a mudança;
- Responder às preocupações dos profissionais de saúde sobre as implicações e sustentabilidade das inovações;
- Remover as formas antigas e ineficientes de trabalhar para melhorar a eficácia das inovações;
- Criar tempo e espaço para a aprendizagem; 
- Adaptar as inovações para atender o contexto local.
 
O estudo constatou que havia lacunas entre a importância destes facilitadores de inovação cultural e sua real influência no sistema de saúde brasileiro e nas outras sete nações que contribuem para o estudo, sugerindo que os especialistas de saúde entrevistados acreditam que há mais trabalho a fazer. 
 
Em todos os oito países, o estudo identificou uma semelhança nos resultados sobre a importância da linha de frente dos fatores culturais. Todos eles têm estruturas muito diferentes de cuidados de saúde, recursos e dados demográficos do paciente e destacam a importância universal no desenvolvimento de uma cultura de difusão no seio das organizações de saúde. 
 
Segundo Darzi de Denham, presidente executivo do WISH e diretor do Instituto de Inovação Global da Saúde no Imperial College de Londres, a inovação deve desempenhar papel crucial na saúde no Brasil nos próximos anos. A expectativa é de que os formuladores de políticas de saúde nos diversos locais possam encontrar na pesquisa um importante recurso de informação.
O estudo de duas fases examinou as percepções de mais de 2.200 serviços de saúde e profissionais da indústria para determinar a importância e influência dos facilitadores e dinâmicas culturais dos oito países, escolhidos para representar economias desenvolvidas e emergentes e uma variada gama de sistemas de cuidados de saúde em termos de finanças e estrutura. Os oito países incluídos no estudo foram o Brasil, EUA, Índia, África do Sul, Espanha, Austrália, Inglaterra e Qatar.