Especialistas apontam integração da saúde como solução

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São Paulo - A integração entre os sistemas público e privado e uma maior coordenação entre as diferentes esferas de governo é o principal caminho para melhorar a qualidade do sistema de saúde do Brasil. Essa é a visão que se sobressaiu nos debates promovidos nesta quarta-feira, 16, pela terceira edição dos Fóruns Estadão Brasil 2018, evento realizado em parceria com o Insper que desta vez abordou os desafios para a área da saúde. 
 
Reunindo representantes do setor público, universidade, empresas e outros segmentos da sociedade civil organizada, o evento promoveu três painéis: "Avanços no sistema público e os desafios dos próximos anos", "Cenário da saúde privada no Brasil e desafios de regulamentação dos planos de saúde" e "Desafios demográficos e o novo contexto de saúde no Brasil". Em todos eles, a necessidade de melhor integração e gestão superou a questão do volume de recursos como principal desafio a ser vencido nos próximos anos. 
 
André Médici, professor da USP especialista em desenvolvimento social e autor do blog Monitor de Saúde, relatou que uma pesquisa internacional colocou o Brasil no 48.º lugar na avaliação sobre a eficiência no gasto com saúde. "Em 2002, 59% da população aprovava as políticas de saúde pública. Em 2014, esse índice caiu para 14%. Existe uma percepção muito grande de que o SUS está piorando. São problemas como demora no atendimento, falta de equipamentos e medicamentos, falta de médicos e profissionais de saúde", afirmou. 
 
Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês, afirmou que é essencial integrar as três esferas de governo. Ele usou como exemplo a situação da capital paulista, onde praticamente metade dos equipamentos de saúde pública é do Estado e a outra metade da prefeitura. "São Paulo nunca terá uma saúde melhor sem coordenação entre Estado e município", disse. Ele também apontou a necessidade de maior interligação com a saúde privada, já que quase 30% dos brasileiros - ou 70 milhões de pessoas - possuem assistência médica particular.