AMB completa 63 anos de existência

A Associação Médica Brasileira (AMB) chega aos 63 anos de existência, neste domingo (26), com diversos avanços e conquistas, não somente da entidade, mas principalmente para a medicina e a população brasileira. Dentre as reivindicações e conquistas estão a defesa por valores dignos de remuneração do trabalho médico, tanto no setor público quanto no suplementar; a luta pela regulamentação da Emenda Constitucional 29; o debate sobre aborto e ortotanásia; o uso de células-tronco e a defesa pela boa qualidade da formação médica.
 
Em mais de seis décadas de existência, a AMB também contribuiu com o movimento pela aprovação da lei que regulamenta o exercício profissional do médico e pela exigência da revalidação do diploma de medicina para atuação no Brasil (Revalida); o avanço do debate sobre os modelos de gestão aplicáveis ao Sistema Único de Saúde, buscando a melhor forma de garantir aos brasileiros o acesso universal e igualitário previsto pela Constituição; a luta por um melhor financiamento da saúde, com o Projeto de Iniciativa Popular Saúde +10, que propõe a destinação de 10% da Receita Corrente Bruta da União para a saúde, dentre outros projetos prioritários que fazem parte de sua grandiosa história.
 
Presidida atualmente por Florentino Cardoso, a AMB continua em luta constante por uma medicina digna e de qualidade, tendo como foco as melhorias para a saúde de nossa população. “Temos que permanecer unidos na luta por uma saúde pública cada vez melhor, sem corrupção e com melhor gestão para mudar o jogo. Vamos revelar a atual situação do SUS, mostrando o que está faltando e o que não funciona. Vamos fazer valer a voz do povo nas ruas, clamando por saúde de qualidade”, afirma Florentino sobre os desafios deste próximo ano.
 
Sobre a AMB
 
A Associação Médica Brasileira é uma sociedade sem fins lucrativos, fundada em 26 de janeiro de 1951, cuja missão é defender a dignidade profissional do médico e a assistência de qualidade à saúde da população brasileira. A entidade, presidida atualmente por Florentino de Araújo Cardoso Filho, possui 27 Associações Médicas Estaduais e 396 Associações Regionais. Compõem o seu Conselho Científico 53 Sociedades Médicas que representam as especialidades reconhecidas no Brasil.
 
Por economia, cidade baiana troca médico local por estrangeiro
Para aliviar as contas do município, a Prefeitura de Anagé, no interior baiano, demitiu os sete médicos da Saúde da Família e os substituiu por sete profissionais do programa federal Mais Médicos.
 
A economia no caixa da prefeitura do PT será de cerca de R$ 50 mil ao mês.
Os médicos demitidos recebiam salário de R$ 8.000, pagos pelo cofre municipal. Já os profissionais do programa recebem bolsas de R$ 10 mil, bancadas integralmente pelo governo federal.
 
Os médicos foram demitidos entre novembro e dezembro. Desde então, a cidade recebeu do Mais Médicos três profissionais brasileiros e quatro cubanos, sendo os estrangeiros neste mês.
As demissões pegaram de surpresa os moradores da cidade de 20 mil habitantes a 523 quilômetros de Salvador, já que a prefeita Andrea Oliveira Silva (PT) havia baixado decreto em outubro no qual excluía professores e médicos dos corte de gastos.
O secretário de Saúde, Alan Prado, disse à reportagem que o custo com os médicos estava alto e que "o município está em situação financeira complicada".
 
"A cada mês, o município estava acumulando uma bola de neve, sem ter condições de pagar", declarou Prado, que admite rever a decisão e contratar novos médicos a partir do mês que vem. "Com o recurso mais equilibrado, vamos contratar de novo."
 
Em agosto do ano passado, logo após o lançamento do programa, a Folha mostrou que já havia prefeituras substituindo ou anunciando a substituição de seus profissionais pelos contratados pelo Mais Médicos.
 
Na ocasião, o Ministério da Saúde chamou a manobra de "inadmissível" e informou que esses municípios poderiam ser excluídos do programa. Ontem, em nota, a pasta voltou a dizer que "criou uma trava" no sistema para evitar esse tipo de substituição e que, no ato de adesão ao Mais Médicos, as prefeituras se comprometem a manter todas as equipes formadas e a não trocarem profissionais já contratados na cidade.
 
No caso de Anagé, o ministério disse ter notificado a prefeitura e aguarda uma resposta do município.
 
Para o representante do Conselho Regional de Medicina no sudoeste da Bahia, Luiz Carvalho, "Anagé não precisava desses médicos [do Mais Médicos] porque o quadro estava completo". "A prefeita demitiu porque quem vai pagar é o governo federal."
 
Em Anagé, a moradora Ivonete Santos, 35, diz que nada mudou com a substituição dos médicos. "Está a mesma coisa, pois chegou um médico e saiu outro. Bom seria se tivesse mais médicos mesmo no posto", disse, logo após ser atendida pela cubana Noélia Rodrigues, 55.