CFM e OAB buscam maior interlocução entre médicos e advogados

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Duas das maiores entidades de classe do país querem trabalhar em parceria. Nesta quarta-feira (8), em Brasília, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, recebeu o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d'Avila, e o 1º vice-presidente da entidade, Carlos Vital Lima. Este foi o primeiro encontro formal entre as novas diretorias, o que reflete a iniciativa de aproximação e interlocução entre assuntos em comum de médicos e advogados.

 
Um dos assuntos em pauta, foi a participação dos advogados nas consultas de perícia médica. As duas entidades decidiram formar uma comissão conjunta para disciplinar a questão.
 
O grupo estudará formas de compatibilizar as prerrogativas legais do advogado, na qualidade de procurador do cliente, e a ética médica, que impõe a preservação da intimidade e privacidade do paciente.  “O CFM é firme quanto à intimidade. Construiremos uma norma que possibilite o bom trabalho dos dois profissionais sem o prejuízo para o paciente”, defendeu Roberto d’Avila.
 
Os dirigentes da OAB e CFM ainda trocaram experiências entre as duas entidades no que se refere à qualificação profissional, à atualização e aperfeiçoamento dos conhecimentos.
 
O CFM convidou a Ordem dos Advogados para participar do Fórum Médico-Juríco sobre Anencefalia, no próximo dia 24, e o Fórum de Direito Médico, nos dias 2 e 3 de dezembro.  
 
Avaliação – A realização de avaliações periódicas de aproveitamento dos cursos de Medicina também foi exposta na reunião. A proposta defendida pelo CFM é de uma avaliação progressiva e não somente ao final do curso. “Não podemos deixar médicos mal preparados na sociedade”, defendeu o vice-presidente do CFM, Carlos Vital Lima.
 
O presidente dos advogados relatou a experiência da entidade quanto ao exame da Ordem. “O nosso exame tem servido como balizador do ensino jurídico”, apontou. Segundo Ophair Cavalcante, o Brasil possui hoje 1.138 cursos de direito e somente o último exame recebeu 120 mil inscritos. “O que tem acontecido no Direito é que muitas escolas têm facilitado o egresso. Partimos do pressuposto de que o próprio mercado vai selecionar os melhores alunos”, disse.